sábado, 22 de dezembro de 2007

Versão em PDF do livro "Tópicos" de Aristóteles

Autor: Aristóteles.

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“Novum Organum" - Francis Bacon

Autor: Francis Bacon
Tradução e notas: José Aluysio Reis de Andrade
Créditos da digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia)
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Versão em PDF do livro “Investigação Acerca do Entendimento Humano”

Autor: David Hume
Tradução: Anoar Aiex
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Versão em PDF do livro “Crítica da Razão Pura”

Autor: Emmanuel Kant
Tradução: J. Rodrigues de Merege
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Da finalidade da arte.

Qual a finalidade da arte? Qual será o interesse que o ser humano tem em produzir as obras de arte? 

Comecemos com a concepção de finalidade da arte por tudo o que se refere ao princípio de imitação da natureza. Julgamento este que paira na aptidão que um artista pode ter em reproduzir da maneira mais fiel possível algo existente na natureza enquanto configuração natural tal como existem e resultando o seu trabalho, em satisfação plena do esforço empregado.

Nesse primeiro julgamento encontramos apenas uma finalidade formal, já que o homem apenas está fazendo, ou representando com suas próprias ferramentas e limitações, algo que já está dado na natureza. Essa representação pode ser vista como um esforço supérfluo, já que no mundo exterior já possuímos tudo o que a arte executada enquanto imitação da natureza pode nos oferecer, seja por pintura, encenações teatrais ou até mesmo a música instrumental enquanto representação da voz humana. 

Esse esforço supérfluo pode ser acatado também como um jogo presunçoso que fica aquém da natureza, já que a arte, limitada em seus meios de reprodução apenas atinge ilusões unilaterais, podendo, por exemplo, representar uma aparência de efetividade para um sentido, mas essa mera reprodução não consegue atingir a vitalidade que a vida do ser representado encerra em si.

Pode ser observado, que a arte enquanto mera imitação nunca conseguirá se manter no duelo com a natureza, já que esse malogro da imitação versus modelo de natureza acaba sendo uma constância, cabendo neste momento como suposta finalidade da arte apenas o prazer que o seu artífice adquire nessa tentativa de se produzir algo semelhante à natureza.

Ao nosso redor muitas vezes nos deparamos com artistas que de tão bem imitar podem causar uma espécie de fastio naquele que aprecia as suas obras. Muitas vezes uma pintura de tão bem executada pelo seu artífice chega a trazer-nos repulsa pela obra do mesmo, já que sua semelhança é em tal grau que não parece se tornar uma obra artificial, e sim o que já está posto na natureza, devido o seu poder de trazer à nossa mente a lembrança do ser real que foi retratado. Ainda como exemplo, podemos citar a experiência de uma pessoa que escutando um som de um pássaro se maravilha com os tons e ritmo que até seus ouvidos chegam, mas, se repugna enormemente ao saber que aquele que estava na execução de tal melodia não era o ornitóptero que ele esperava ser e sim uma pessoa que imitava perfeitamente naquele instante certo tipo de canto de pássaro.

Para um pensador como Hegel, isso se torna um artifício, algo que não é produção livre da arte nem uma obra de arte, porque é esperada do homem por parte de Hegel, uma produção diferente da música que foi assim executada, pois esta era uma mera e intencionada reprodução. Numa imitação desse tipo não há nada que nos assegure que há uma não-intencionalidade na imitação do pássaro. A Hegel apenas interessa tal música quando esta é desprovida de qualquer intencionalidade, como é o caso que temos da própria emissão musical feita pelo pássaro em sua consciência natural.

Esse prazer da habilidade de imitação será sempre limitado devido à existência real do próprio ser imitado que certamente é possuidor de limitações no seu próprio produzir. Hegel nota que nessa ocasião cabe ao homem alegrar-se mais com suas ferramentas de produção do que se alegrar com imitação pura da natureza. Nessa direção é melhor ao homem se alegrar de ter descoberto a picareta, o serrote, o martelo, etc. do que se alegrar da sua produção de artifícios por meio da imitação.

Nesse estágio, em que o principio da imitação é apenas formal, e transformado em finalidade, há o desaparecimento do próprio belo objetivo, não há, no puro prazer da imitação uma preocupação com o que deve ser imitado desde que se imite impecavelmente. A pessoa que imita o pássaro não se pergunta por que o faz e sim, como ele pode imitar cada vez melhor, já que objetivamente não há nada que lhe assegure a necessidade de se imitar perfeitamente um pássaro, ele trata a sua imitação como arte, mas ao mesmo tempo não podemos ter aqui resposta alguma da parte dele em relação ao seu imitar do pássaro e por que ele deve manter-se sempre o imitando.

Surge aqui o gosto subjetivo, espécie esta que não se sujeita a qualquer regra nem discussão. Um imitador do pássaro não vai ser perguntar, nem fazer objeções à sua imitação, pois ele apenas tem gosto pelo que faz e sente prazer nisso, sem qualquer regra rigorosa. Esse gostar do canto do pássaro imitado é em tal grau que ele mesmo se vê na necessidade de imitar esta ave no afã de auto–suficientemente suprir a si com esta necessidade prazerosa por sua parte de estar sempre rememorando o encanto que ele sente ao ouvir o canto do pássaro, seja pelo próprio artista original ou por sua própria imitação.

Com essa falta de princípio objetivo para arte e o belo repousando sobre o gosto subjetivo e particular, mesmo que através da própria arte a imitação pareça ser um princípio universal ela ainda não pode ser aceita. A arte executada com essas bases não deve ser aceita, o homem quer criar aparências do mesmo modo que a natureza produz formas, mas a liberdade deve ser um constante na arte, e não ser forçada a repousar sobre os limites de um ser limitado, o limite do natural. A finalidade da arte decerto reside em algo além da pura imitação formal, pois já foi dito que a arte enquanto imitação formal traz apenas artifícios técnicos e não obras de arte. 

Um pintor deve estar a par das melhores técnicas possíveis para auxiliar o seu intento, seja técnica de uso de cores, sombreamento, profundidade, etc. para assim se atingir a máxima aproximação com o natural, mas essa exigência da naturalidade não dever ser o fundamento da arte. Reiteramos novamente que a finalidade não repousa na imitação formal daquilo que existe, mesmo a arte tendo que se fazer uso da natureza e da realidade.

Uma outra questão é surgida nesse momento: qual é afinal o conteúdo da arte e por que este conteúdo dever ser representado? 

Para esta pergunta Hegel inicia seu pensamento na idéia comum que temos em nossa consciência a qual afirma como tarefa e finalidade da arte trazer ao nosso sentimento e entusiasmo tudo o que possui um lugar no espírito humano. 

A arte vem a ocupar um lugar de destaque devido a atitude que ela pode nos fornecer, esse despertar para inclinações e paixões que estão veladas em nosso íntimo, trazer ao homem, seja ele de intelecto desenvolvido ou não, toda uma possibilidade de conhecimento do que o espírito possui de essencial e superior. A tarefa da arte nesse momento será deixar a fantasia livre e preencher a experiência natural de nossa existência exterior, a arte nos desperta para paixões que estão adormecidas e que precisamos alcançar uma predisposição para todos os fenômenos.

A arte ilude, e nessa ilusão por meio da aparência é onde conseguimos utilizar as imagens, sinais e representações, que possuem o mesmo conteúdo da efetividade e representação e tudo isso pode ser feito para se alcançar a passagem de nosso ânimo por todos os conteúdos da vida, a arte pode trazer despertar em nós a capacidade de predisposição de para todos os fenômenos que podem ocorrer em nossa vida, despertando assim uma sensibilidade que entorpecida pelas experiências da vida.

Utilizando o pensamento de Aristóteles em relação a tragédia como a imitação de uma ação importante e completa, de certa extensão e de estilo tornado agradável e passível de geração de expurgação de sentimentos, notamos que a arte pode gravar coisas boas e ruins no nosso ânimo, fortalecendo sentimentos bons e demovendo outros tantos ruins, mas esse uso da arte gerou uma perda da sua verdadeira tarefa e a delegou uma outra, uma tarefa totalmente formal.

Mas mesmo com essa tarefa formal a arte consegue colocar diante de nós certos objetos e trabalhar de formas diferentes com eles. Há na arte a possibilidade de adorno até mesmo do pensamento racional apresentando-o a nós de diversas formas. Essa capacidade aparentemente ilimitada nos traz uma variedade de sentidos e direções que logo nos surge a indagação de qual é o objetivo único e finalidade última dessa tarefa da arte. Há a necessidade tanto de uma finalidade comum às partes singulares quanto de uma finalidade substancial superior, isto é, dentro dessas variedades de ações devemos identifica qual é a que deve se sobressair sobre as demais e ser passível de obtenção de todos aqueles que partilham da arte, tanto no fazer quanto no contemplar.

Em primeiro lugar é observado em qual dessas possibilidades fornecidas pela arte repousa a possibilidade que a arte tem em superar a rudeza humana, dominando e criando impulsos, inclinações e paixões. Essa brutalidade humana causada pelo descontrole em se alimentar certas paixões é abrandada quando a arte é trabalhada no sentido de se mostrar para o homem que se deixar levar pelas paixões, o que ele sente e faz em tal estado. É uma forma de o homem selvagem tomar parte imediatamente da visão de um estado que ele não pode alcançar quando se deleita em suas paixões, já que no momento em que ele produzir seus atos rudes, está ele completamente imerso e arrebatado em outro plano de consciência. A função de atenuação das paixões ocorre devido ao fato de que o homem ao ver a manifestação dos seus impulsos pela arte, acessa externamente o sentimento que lhe toma quando este se deixa levar pela força das paixões.

Em segundo lugar podemos apontar que se tomou também como finalidade essencial da arte a purificação de paixões, a instrução e aperfeiçoamento moral. 

A purificação das paixões pode ser notada quando diante de uma representação artística, a arte nos deixa um caminho para se averiguar a dignidade dessa representação, na eficácia da separação do puro e do impuro nas paixões. 

A arte com essa característica única de poder mover sentimentos e criar uma satisfação das paixões, além de trazer-nos diversão e prazer com os seus objetos artísticos, ainda deve encontrar sua medida mais alta na moral, procurando assim uma utilidade para sua manifestação ao sujeito. Com isso surge o empecilho da arte se tornar apenas um meio de instrução e deixar de ser finalidade para si mesma já que, esta tendo uma utilidade instrutiva, deve criar objetos apenas que possuam um conhecimento digno de utilidade. O prazer, deleite, etc. que sentimos com as obras não se torna mais essencial, já que a arte enquanto instrução não consegue mais se impor enquanto algo subsistente.

No campo do aperfeiçoamento moral, notamos que a arte empregada desse modo é novamente apenas um meio para que se exalte uma doutrina moral, e essa doutrina moral passa a ser a finalidade substancial da obra de arte, fazendo com que apenas sejam expostos objetos, caracteres, ações e acontecimentos morais.

O aperfeiçoamento moral, porém aponta para um ponto de vista superior, e deve ser reclamado pela arte, suprimindo assim a função da arte como meio para fins morais e aperfeiçoamento. Retiramos da arte qualquer função que a trate como meio, a arte deve ser autônoma e reveladora da verdade na forma de configuração artística sensível, o valor artístico de uma obra de arte é sempre intrínseco à experiência que nos oferece e no que diz respeito à relevância da verdade na arte, podemos de fato atribuir um menor valor artístico a uma obra se não estivermos convencidos da verdade de algo que ela afirma implicitamente acerca do mundo — conquanto a sua incapacidade de nos persuadir diminua o seu valor como objeto de experiências.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O status do Mito na República de Platão.

A presente comunicação tem por objetivo investigar o lugar destinado por Platão ao mito – base da educação tradicional –, em sua proposta de instauração de uma nova paidéia, propugnando uma paulatina descaracterização dos elementos míticos. Nessa nova proposta de formação educacional, a racionalidade do pensamento e, logo, das ações encontrar-se-ia em franca oposição a antiga 'formação mítica' que, segundo o filósofo, favorecia a um entorpecimento dos valores morais. Sendo um trabalho bibliográfico, no primeiro momento, fundamentados na Paidéia de Werner Jaeger (2003), intentamos analisar os mitos homéricos e a excelência heróica, Arete, em sua função educadora do povo heleno. E, partindo deste enfoque, num segundo momento, apresentamos Platão em seu embate com a tradição formadora do homem grego, sendo que para essa discussão, tomamos como texto de apoio o prefácio à Platão, de Eric Havelock (1996), onde o autor aponta as razões do filósofo para desprestigiar os poetas como legítimos instrutores e formadores do cidadão o que, segundo nossas conclusões, justificaria a intenção platônica de exaurir a força dos mitos, descaracterizando-os e, por fim, extinguindo-os dentro da sua paidéia.

Por: Eliumar Carlos

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Platão; Paidéia; Mito; Descaracterização.